2025 Eleição presidencial da Coreia do Sul: vitória de Lee Jae-myung
Lee Jae-myung, antigo governador de Gyeonggi e líder do Partido Democrático, conquistou a presidência em meio a disputas ferozes, polêmicas e momentos dramáticos. Aqui está um panorama amplo de sua trajetória política, propostas e controvérsias.
De fábrica a presidente: história pessoal
Lee nasceu em família pobre em Andong e trabalhava na indústria de borracha antes de terminar a escola. Sofreu ferimentos que resultaram em deficiência e, mesmo assim, estudou direito, tornou-se advogado de direitos humanos e, depois, figura política conhecida.
Como prefeito de Seongnam, destacou-se pelas medidas de moratória (controversas) e políticas de bem-estar local. Tornou-se governador de Gyeonggi em 2018, recebendo elogios pela atuação na pandemia de COVID-19, mas também enfrentou investigações de corrupção.
Sua vitória em 2025 ocorreu após o impeachment do ex-presidente Yoon, que foi acusado de declarar lei marcial para suprimir a Assembleia Nacional. Num ato que ficou famoso, Lee escalou a cerca do Parlamento para protestar e transmitir ao vivo, galvanizando protestos nacionais.
Propostas centrais e debates
1) Renda básica universal: Ele insiste em expandir gradualmente para todos os cidadãos, mas há críticas quanto ao financiamento e ao risco de inflação.
2) Reforma imobiliária: Durante seus mandatos locais, introduziu “moeda regional” e defendeu taxação de especuladores de imóveis. Entretanto, opositores argumentam que tais ações podem sobrecarregar as finanças públicas.
3) Relações exteriores: Apoia estreitar laços com Estados Unidos para comércio e segurança, mas critica práticas “unilaterais” de Washington. Também busca coexistência com China, adotando “estratégia de duplo trilho” com Japão — cooperação econômica simultânea a cobranças sobre questões históricas.
4) Participação jovem: Lee defende subsídios de moradia, empréstimos a juros baixos e bolsas para jovens. Porém, outros consideram essas promessas populistas.
Principais polêmicas
Ele é alvo de processos por suposta declaração falsa em campanha anterior, suspeitas de conflito de interesses (caso “Daejang-dong”), uso político de fundos públicos e críticas por seu temperamento explosivo online. Adversários dizem que, caso se confirme alguma condenação no Judiciário, isso poderia ameaçar a legitimidade de seu mandato.
Alguns veem semelhança com tendências populistas latino-americanas (ex: Juan Perón). Mas Lee promete uma “governança prática”, enfatizando crescimento econômico e justiça social.
“Política é resolver problemas concretos”, costuma dizer Lee. Muitos citam sua frase “se for preciso, me curvarei sob o presidente Trump para salvar 52 milhões de coreanos” como exemplo de pragmatismo extremo — e, para críticos, submissão exagerada.
Perguntas frequentes
Em 2024, Yoon foi acusado de declarar lei marcial para interromper o funcionamento da Assembleia. Lee transmitiu ao vivo a escalada do prédio do parlamento, convocando a população. Após pressão popular e denúncias, o Congresso aprovou o impeachment e a Suprema Corte ratificou.
Ele se identifica como “progressista prático”, combinando reformas sociais fortes com pragmatismo econômico. Ainda assim, críticos acusam-no de “populismo de esquerda”.
Ele deve focar em programas de transferência de renda, investimentos regionais e combate à desigualdade. Porém, o déficit fiscal e os juros podem aumentar, e a comunidade de negócios pede cautela.
Embora Lee Jae-myung enfrente resistência de setores conservadores, sua ascensão reflete a sede popular por ação efetiva, amparada em retórica contundente. Resta verificar se, no poder, ele conseguirá equilibrar suas ambições reformistas com a governabilidade e as pressões orçamentárias.
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